quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

A MACONHA E O CÂNCER



“Assista, reflita, informe-se, repense... Por que será que precisamos tomar imenso cuidado com a legalização desta planta, enquanto as duas drogas que mais matam no mundo são lícitas? Quantas doenças são tratadas com álcool e tabaco? Quantas patentes teremos que esperar pra que a cura possa ser ace$$ível?”  CASSIO LORETTI WERNECK

Documentário afirma que a maconha é a cura do câncer. E o relato do amigo acima, dado pelo Facebook, contesta o mal causado pelo álcool e tabaco, drogas lícitas. Mas... 

Este é um assunto muito complicado na minha cabeça, a ponto de eu não conseguir refletir... Já que o tráfico das drogas ilícitas também mata bastante, além de financiar a violência nas grandes cidades. E agora? Acredito que deveria ou proibir totalmente todas as drogas ou legalizar todas elas. Mas como? Já que acredito que maconha nem era pra ser considerada “droga”! Só é droga por ser vendida por traficantes que dominam a sociedade, aliciam crianças pra usar fuzil, aterrorizam moradores de comunidades pobres, além de venderem drogas de verdade e super-destrutivas (vide crack). 

Mas nunca foi comprovado o mal causado pela maconha! O que foi comprovado na verdade foi o seu grande efeito curativo de doenças, além de outras utilidades, como na indústria têxtil, por exemplo. O seu mal é apenas a violência que ela financia... Então, como resolver esta questão? A culpa da violência é de quem compra ou de quem vende? E a cerveja? E o vinho? Que se forem consumidos de forma responsável não causa mal a ninguém... E o tabaco industrializado se consumido reservadamente, também não incomoda ninguém... Mas como cheirar cocaína e fumar crack de forma responsável? 

Além de existir as drogas vendidas nas farmácias, recomendadas pela medicina e exploradas pela indústria farmacêutica... Muito complicado! Realmente uma droga pra entender! Mas... 

“Maconha é a cura do câncer”, afirmam cientistas em documentário revelador.


Mas lembre-se que o uso defendido pelo documentário é apenas medicinal!


Fui! Um abraço!



quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

PSICOPATIA E HISTERIA


Uma elite de psicopatas sobe ao poder e se cerca de adeptos e militantes que, no afã de enxergar as coisas como seus chefes mandam, acabam desenvolvendo todos os sintomas da histeria.

A saúde mental de uma comunidade pode ser aferida pela dos indivíduos que ela eleva aos mais altos postos e incumbe de representá-la. O mais breve exame do Brasil sob esse aspecto leva a conclusões que já ultrapassam a escala do alarmante e se revelam francamente aterrorizantes.

Já tivemos um presidente que achava lindo fazer sexo com cabritas, se gabava de haver tentado estuprar um companheiro de cela – prova de macheza, segundo ele – e confessava entre risos as mais cínicas mentiras de campanha. É claro que a tropa dos seus guarda-costas e marqueteiros corria, nessas ocasiões, para dar a essas declarações o sentido de meras brincadeiras, mas, supondo que o fossem, é igualmente evidente que pessoas adultas normais não se divertem com gracejos tão torpes.

Qualquer que fosse o caso, no entanto, a conduta desse cidadão não sugeria nenhuma doença mental e sim propriamente uma psicopatia – a deformidade moral profunda que sufoca a voz da consciência e autoriza o indivíduo a viver de manipulações, trapaças e crimes sem nunca enxergar nisso nada de anormal.

Já mencionei, em outros artigos, o livro do psiquiatra Andrew Lobaczewski, Ponerologia: Psicopatas no Poder (Vide Editorial, 2014), em que uma equipe de médicos poloneses condensa os resultados de décadas de observação da elite comunista que dominava o país, e descreve tecnicamente o fenômeno da “patocracia”, o governo dos psicopatas.

Mas, como explica o próprio dr. Lobaczewski, quando uma elite de psicopatas sobe ao poder, ela se cerca de adeptos e militantes que não são psicopatas, mas que, no afã de enxergar as coisas como seus chefes mandam em vez de aceitar os dados da realidade, acabam desenvolvendo todos os sintomas da histeria. A histeria é um comportamento fingido e imitativo, no qual o doente nega o que percebe e sabe, criando com palavras um mundo fictício cuja credibilidade depende inteiramente da reiteração de atitudes emocionais exageradas e teatrais.

Um exemplo, já antigo, esclarecerá isso melhor.

Todo mundo conhece o deprimente episódio da discussão feia na qual a deputada Maria do Rosário xingou seu colega Jair Bolsonaro de “estuprador”. Incrédulo, o deputado perguntou:

- Agora sou eu o estuprador?

A deputada, fria e pausadamente, confirmou:

- É sim.

O deputado, que não é lá muito famoso pelas boas maneiras, deu-lhe uma resposta brutalmente sarcástica (“não vou estuprar você porque você não merece”) e a adversária ameaçou dar-lhe uns tapas, deixando de cumprir o intuito ante a promessa de um revide, sendo então chamada de “vagabunda” e tendo um dos mais célebres chiliques da história política nacional.

Está tudo gravado.

As circunstâncias que precederam o acontecimento são muito reveladoras. Bolsonaro tinha apresentado um projeto de lei que previa penas mais severas para os estupradores, inclusive antecipando o prazo de maioridade penal para que a punição pudesse alcançar tipos como Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, um dos estupradores e assassinos mais cruéis que este país já conheceu.

Maria do Rosário era contra a antecipação da maioridade e defendia penas mais brandas para estupradores e assassinos de menos de dezoito anos.

O projeto do deputado Bolsonaro era aprovado por mais de 90% da população

Defensora de uma causa impopular, e cunhada, ela própria, de um estuprador de menores, Maria do Rosário tinha todos os motivos para ficar com os nervos à flor da pele quando se discutia estupro e menoridade. Chamar de estuprador o algoz maior dos estupradores não fazia o menor sentido, evidentemente, exceto como inversão histérica da situação real.

Do ponto de vista penal, admitindo-se que ambos os parlamentares tenham cometido delitos, o da deputada foi bem mais grave. Nosso Código Penal pune com seis meses a dois anos de detenção o crime de calúnia (imputação falsa de ato delituoso) e com apenas um a seis meses de detenção o de injúria (ofender a dignidade e o decoro de alguém).

Pior: a lei concede atenuante ao delito de injúria se é cometido em revide a insulto anterior, e um segundo e maior atenuante se o revide foi imediato. Os dois atenuantes aplicavam-se à conduta do deputado Bolsonaro. Em comparação com Maria do Rosário, ele estava praticamente inocente no episódio.

Bem, esses são os dados objetivos da situação, mas a reação da esquerda nacional quase inteira, seguida de perto por toda a grande mídia, foi levantar um escarcéu dos diabos contra o deputado, chegando a pedir a cassação do seu mandato e apresentando Maria do Rosário como vítima inocente de uma violência verbal intolerável.

Por mais intenso que seja o ódio político que se vota a um inimigo, simplesmente não é normal inverter de maneira tão flagrante a lógica dos fatos e o seu sentido jurídico para fazer do agredido o agressor e do revide injurioso, por mais grosseiro que fosse, um crime mais grave que o de calúnia.

Pior: todos os que incorreram nessa loucura faziam-no em tom de tão profunda indignação, alguns chegando até às lágrimas, que não pareciam, de maneira alguma, estar mentindo deliberadamente. Ao contrário: a coisa era uma inversão histérica genuína, característica, indisfarçável. E coletiva.

A passagem do tempo não parece tê-la curado, mas agravado. Ainda esta semana, como o deputado Bolsonaro relembrasse o episódio, mostrando não arrepender-se do que tinha dito a Maria do Rosário, a deputada Jandira Feghali viu nisso, não, como seria normal, uma prova de falta de educação, mas – pasmem – uma confissão de estupro. E, aos berros, exigia a cassação do mandato de Bolsonaro, alegando que “não podemos admitir a presença de um estuprador nesta Casa”. Não deixa de ser significativo que, nessa mesma semana, uma pesquisa da Universidade da Califórnia revelasse que a incapacidade de perceber o sarcasmo pode ser um sintoma de demência.

Porém ainda mais significativo é que, também na mesma semana, a deputada, lendo uma frase minha segundo a qual todos deveríamos “atirar à cara dos comunistas, em público, todo o mal que fizeram”, lançou o alarma: Olavo de Carvalho prega assassinato de comunistas!

O histérico não enxerga o que está diante dos seus olhos, mas o que é projetado na tela da sua imaginação pelo medo e pelo ódio.

OLAVO DE CARVALHO