terça-feira, 31 de julho de 2012

RITA, NINA E CARMINHA: UMA HIPNOSE TELEVISIVA!



Depois de um longo e tenebroso inverno estou de volta. O sumiço sucedeu por problemas pessoais, infelizmente intransferíveis, que abateram um pouco o consciente, já dizia o grande Raul Seixas: “Não pense que a cabeça aguenta se você parar”. E no estado depressivo fiquei sem fazer nada do que fazia, como ler pobres textos que escrevo... Não cantava, nada... E nada mesmo...

Ainda bem que foram apenas duas semanas e nelas me organizei. Estou de volta! Mas o que não pude deixar de observar foi que no meu nada, eu fiz o que muitas pessoas ao meu redor faziam e me senti um pouco peixe fora d’água. Tentei de todas as formas me entreter, em vão. Só a novela foi quem conseguiu, com certo esforço de minha parte, ocupar-me durante exatos dezessete minutos. Eu juro! Exatamente isso! Dezessete minutos. A tão esperada briga da Nina (que é a Rita) com a Carminha (que é a Carminha) foi vista por todo o Brasil, recorde de audiência. Na discussão observei que era uma coisa meio infantil, A Nina (que era a Rita) era a mocinha que obteve seus momentos de vilã por que a Carminha (que é a Carminha) deixou-a num lixão, e matou seu pai. Então a menina cresceu e, ao que e me pareceu, conheceu pessoas maravilhosas no lixão, inclusive o amor da sua vida. Viveu fora (sabe-se Deus lá como o fez) e voltou para se vingar. Beleza. Quem é a filha da puta da história?

Dúvida número um: A Carminha matou, sequestrou, roubou, adulterou, falsificou, deu golpe do baú, isso a mais de dez anos (tirando o adultério que era atual, mais isso não é crime) e ninguém nunca suspeitou de nada? Deve ser por ai que a Rita (que era a Nina) foi morar fora do país. E o que deu para entender é que todo mundo torcia para...

Dúvida número dois: E se a menina cometeu os crimes, eles não prescreveram? A Nina Rita não deveria ser presa? Todo homem que para perto dela se apaixona, isso sim é um verdadeiro crime, fazer um cara se apaixonar e no final você não dá pra ele. E a outra tinha duas paixões ou três, quatro sei lá, a questão é que ela dava pra todos, logo essa vilã é a “menos pior”. Sabe aquela história do policial mau-mau e o bom-bom? Então, a que matou, sequestrou fez e aconteceu, tem um atrativo, ela dá. E a outra sem dá, encanta os homens, como? E o Brasil inteiro via fascinado, vidrado a podridão, senti verdadeiro asco durante dezessete minutos.

Mas minha intenção meus amigos é dizer que voltei, com este texto que, seguindo a lógica de todos, certamente terá muitos leitores para julgar se sou o vilão ou o mocinho. O Brasil me dará a honra de ler uma linha sequer, pois isso não pode ser tão ruim quanto a putrefação da nossa novela. Pois se for terei mais audiência.

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